Os debates e discursos sobre os reality shows são enfadonhos. Os argumentos de defesa e acusação são repletos de preconceitos, de parte à parte, com equívocos reflexivos de todos os lados do espelho. O século XXI reservou ao homem, mais que um resgate de auto-estima, mas a implementação da competição sem regras; mesmo que pareça tudo regulamentado e amparadas (as regras) por álibis como 500 mil reais ou 1 milhão.

No meu prédio tem grito que parece com o de gol em Copa. Foi alguém que sobreviveu ou não ao paredão. O envolvimento e principalmente o papel de juiz que cada telespectador exerce por 3 meses, é o principal atrativo de quem assiste ao programa sucesso de audiência no Brasil e já desgastado em outros países. O sexismo, a polêmica e as provas criativas de "sobrevivência" dentro da casa, também apimentam o panelão de tolices servido aos telespectadores, em todas as mídias.

Alguém que leva cristianismo á sério, a não ser que seja um antropólogo, um cientista social ou um curioso pelo comportamento humano, não tolera a fase televisiva "amante de si mesmo" pela qual passa a fotografada sociedade brasileira. Quando o Cristianismo é justamente o contrário: é o benefício do outro em detrimento de si mesmo. É o sacrifício. É a cruz.

Ainda bem que não vi nenhum idiota dizer que Jesus era um derrotado, já que pela sua morte trouxe vida e esperança aos morimbundos de ontem, de hoje e de amanhã. O ministério de Jesus foi impregnado de ação altruísta, de esvaziamento e de amor não fingido. O oposto das atrações que primam pela competição e endeusamento da imagem, agora, em todos os canais possíveis e imagináveis para criatividade humana.

Há muito tempo eu não acredito no discurso semievangélico. Uma proposta de alucinação com Cristo, variando as palavras de Jesus, em ações motivadoras, para o enraizamento dos pilares corrosivos da ambição e da miserabilidade que só o momento proporciona. E viver com Cristo é tudo, menos momento. Nada é momentâneo para quem aceita, de corpo e alma, não negar sua Salvação.

Alguns neo-intelectuais defendem os padrões que se fazem pela vontade do povo; não condenam e nem absolvem a massa espectadora, apenas indica, através do olhar empírico, os "possíveis" malefícios...

Ok... e o que há de bom nisso?