Epitáfio
Devia ter amado mais, ter chorado mais
Ter visto o Sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o Sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Sérgio Brito - Titãs (cd A Melhor Banda dos Últimos Tempos da Última Semana)
Esse parece ser um texto agnóstico e negativo. Para mim, serve de alerta, cada vez que posso ouví-lo, ou por acaso, ou por querer. A declaração pós-morte, dos arrependimentos, que já não podem ser corrigidos, é um lembrete permanente, de que a vida, está cada dia mais viva.
É realmente hora de sonhar, realizar, planejar, fazer, idealizar e também, de desistir, jogar cal, imobilizar, refletir, intencionar, não intencionar, abrir mão, fechar mão. É tempo de agir e de não agir também.
Há quem diga que ao apontar o acaso como o rei de sua proteção, o eu-lírico esteja plenamente enganado. De fato, o acaso não foi suficiente para livrá-lo da morte. Mas há também uma forte indicação em seu discurso, de que ele está alertando que a vida deve ser, um catálogo de metas e de cuidados e que o acaso jamais será responsável por parte nenhuma deste negócio complicado em ser feliz. Pelo contrário. Se deixarmos ao acaso, seremos mais ansiosos sob a expectativa da surpresa. Geraríamos úlceras, na proporção da infelicidade.
Parece que o homem - ao menos isso - alcançou o mínimo de percepção acerca do que pensa sobre seu tempo e seus planos. Para quem conhece Cristo, sabe que não podemos acrescentar uma vírgula ao nosso futuro e nem tirarmos um til do nosso passado, portanto, é importantíssimo que estejamos plenos de nossas faculdades, em espaço e tempo, para que não tenhamos um discurso semelhante ao final da vida.
De repente, o nosso "epitáfio" seria diferente:
Fiz tudo que poderia e sonhei todos os sonhos possíveis,
Chorei as lágrimas que eu tinha e ri das piadas que contei,
Fui onde eu não queria e voltei de onde sempre desejei
Alimentei meus desejos, bebi da fonte da juventude mais de 1000 vezes
e agora envelheço com muita molecagem.
Vi as guerras que o próximo fez e até criei as minhas,
Perdi, venci, ganhei, "roubei".
Fiz o dever de casa, da rua e do futuro.
Beijei, fui beijado, mordi, fui mordido
E não levei desaforo pra casa
E quando levei,
Caí.
Levei alguns foras, dei umas dentro,
Contei muita história,
De quando assumi minhas derrotas
E aumentai um "bom bocado" minha vitórias,
Fui além do desejável,
Mordi a isca da solidão
e dormi com quem não queria.
Aturei o vizinho barulhento,
Dei bom dia para o porteiro do prédio,
Aluguei filmes terríveis,
Peguei chuva e várias gripes.
Solucei na frente da namorada,
Não dei boa noite ao guarda
E até bate boca com a síndica.
Não sei se tudo deu certo,
sei apenas que fiz.
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Cara muito bom este epitáfio alternativo. Deus nos deu a dádiva da vida. Enquanto o mundo acha que nos limitamos em sermos cristãos devemos lembrar que temos que viver intensamente a vida e aproveitar tudo positivamente e de forma edificante... com a Bíblia e o Espírito Santo como nossos guias.
Abraço Daniel!