Desinteressadamente, passava os olhos pelo site G1 quando me deparei com a notícia que envolvia a músico Pedro Caetano (da banda Ponto de Equilibrio). Ele fora preso no dia 1 de julho por uma denúncia anônima de tráfico de drogas. O músico que mora em Niterói, foi levado para uma delegacia em São Gonçalo, município do Rio de Janeiro e de lá transferido para o bairro do Grajaú, na cidade do Rio.
O músico defendeu-se da acusação alegando que tem uma plantação de maconha, para consumo próprio "para não sustentar o tráfico e sofrer com problemas de saúde."
Leia a história completa aqui.
No relato, o músico diz que conheceu pessoas do bem no período em que ficou preso e que usou a situação para um bom momento de reflexão.
Várias coisas me chamaram a atenção na história de Pedro. Primeiro, a ausência da síndrome da Serpente. É assim que eu chamo indivíduos, que vítimas de alguma injustiça, apontam o dedo para qualquer pessoa, que possa ser responsabilizada por suas atitudes. Pedro fala de seu status de usuário de maconha, com muita tranquilidade e ciente das suas responsabilidades diante da sociedade e diante de si mesmo.
Outro fator que me chamou atenção na postura do músico foi a tranquilidade (será que foi a erva?) como lidou com a situação contrária, avessa a toda liberdade que um cidadão comum usufrui. Pedro achou na ocorrência, um momento para refletir.
E por último, faz um apontamento elogioso ao papel da igreja evangélica nos cárceres. Visitando culpados e inocentes e levando - segundo suas palavras - alívio e conforto e são muito os que precisam. Inclusive os que estão em suas casas, cultivando suas vidas, com correntes invisíveis.
Ao término da matéria me fiz algumas perguntas. Uma delas era se nós, como Igreja de Cristo, teríamos um olhar tão compassivo para com Pedro, como Pedro teve pelo testemunho daqueles irmãos. Será que não o chamaríamos de "maconheiro", "drogado", "escravo do diabo"?
Outra pergunta que eu me fiz: será que para se ter equilíbrio na vida, eu preciso de uma capa de crente? Será que para olharmos a vida com senso crítico e isenção precisamos de Cristo? Foi para isso que aceitamos a Jesus? Somos pessoas que não temos noção de nada que dependemos de Deus para tudo? Tudo mesmo?
Antes que um leitor desatento ache que eu estou fazendo apologia a utilização de substâncias entorpecentes, que afetam o sentido de nossa biologia e anatomia e que descobri que não preciso de Deus, pare agora e entenda:
- Deus é tudo, mas seu absolutismo é o mais liberal que o homem pode viver. Porque ao contrário do mal, Deus nos deu a vida como lugar de ação. E esta mesma vida é mais possível com Ele. Caso Deus não quisesse que caminhassemos na nossa limitação que nos leva a descobertas profundas, nos faria anjos, sabedores de sua vontade, em tudo.
- A história de Pedro pode ser apenas + um page de um site de notícias, mas pode ensinar lições valiosas, principalmente acerca de preconceito. A Bíblia fala de Raabe - prostituta da cidade de Jericó - que foi importante para que o povo judeu pudesse se apossar da terra prometida. Se aqueles espias mandados a cidade tivessem olhado para vida que Raabe levava, talvez estivessem até agora às portas de Canaã.
- A vida das pessoas podem contar histórias valiosíssimas histórias e tudo dependerá do ponto de vista de quem as lê. Tudo que vi em Pedro não foi um usuário de drogas. Foi alguém que assumiu as leis do seu Estado, sua acusação e foi "calado, como ovelha para matadouro". Reconheceu pessoas ruins e boas no lugar para qual foi transferido e EXALTOU o trabalho de membros do corpo de Cristo, levando consolo e alívio, trabalho este sempre mencionado por Jesus nos textos dos evangelhos.
Confesso minha alegria acerca do bom cheiro de Cristo que ainda permanece na vida de alguns abnegados, que largam suas vidas, famílias e rotinas, para visitarem pessoas - algumas transfiguradas de monstro - para levarem o evangelho puro e genuíno, que só o próprio Cristo pode falar através destes mesmos homens e mulheres.
E torço para que a semente deste mesmo evangelho tenha encontrado o músico Pedro. Sei que as transformações variam de pessoa para pessoa. Algumas precisam de segundos para verem seus cenários alterados - caso dos ladrões que foram crucificados com Jesus - outros levam dezenas e dezenas de anos, ainda aprendendo com seus erros - como foi com Davi, o homem segundo o coração de Deus.
De qualquer forma, acho que este jardineiro, tem muito a me ensinar e não nego qualquer aprendizado. Seja de quem for e digo: Pedro é muito melhor que eu.
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