Há quem pense que o ativismo seja o que mais se aproxima em ser perfeitamente cristão. Afinal de contas passar a maior parte do seu tempo na igreja proporciona (para os que assim pensam) momentos maiores na presença de Deus, estreita a comunhão com os irmãos e deixa qualquer um envolvido em ao menos, dois trabalhos na igreja.
A experiência que tive durante quase 15 anos (ou um pouquinho mais) não foi das mais agradáveis. Embora durante esse tempo, o nível de aprendizagem tenha sido impressionante e tenha mudado minha visão acerca de igreja, pessoas, ovelhas e porque não dizer, quem é meu Deus.
E não tenho vergonha alguma de dizer que eu deixei de viver no sentido mais potente da vida, por tantos sacrifícios com horários, dias, noites, ensaios, aborrecimentos, estresses desnecessários. Ainda tive que ouvir que isso tudo fazia parte da "obra". E é por isso que sou um dos que contestam que música é ministério, uma vez que vi e vejo (retornei aos trabalhos eclesiásticos após 4 anos) a motivação dos que se alimentam das oportunidades que surgem nos púlpitos da vida, apenas para se promoverem, mesmo que isso seja da maneira mais "abençoadora" possível.
Não seria ingênuo e leviano de generalizar um pouco do que vivenciei, mas observando, de longe, algumas outras histórias em outras igrejas, percebi que o roteiro deste filme muda pouco. Só as personagens se alternam.
Pensei bastante e vi que no meio do turbilhão de compromissos, meu relacionamento com Deus estava cada dia mais automático e menos real. Era uma emulação das condições ideais cristãs. Me entristeci, desenvolvi até algumas patologias físicas e uma impaciência que eu desconhecia. E os lábios alheios não se continham: isso tudo é o ministério, é obra.
O que é Ministério meus irmãos? Quais são as funções dos Membros? O livro de Romanos pouco antes de falar sobre os ministérios e dons, fala sobre a harmonia e funções de cada membro. Que nenhum é mais importante que o outro. Fala de honra e desonra. E penso, que se nenhum membro é mais fundamental que outro, que todos possuem sua responsabilidade e propósito, porque uns são mais apontados como relevantes do que outros? Por que alguns demandam sacrifícios e ofertas maiores que outros? Tenho certeza, que com exceção do pastor, que é quem cajadeia a vida das ovelhas, de resto, todos somos ovelhas. Mas por que então tantos problemas em nossas atividades, que deveriam ser saudáveis?
Porque muita gente, queridos, quer satisfazer suas vontades e desejos e imunizar algumas frustrações seculares, dentro da igreja. E não, isso não é possível. Porque a motivação, o propósito, o plano eclesiástico só deveria ter um objetivo, de cima a baixo: engradecer o nome do Senhor, oferecendo um culto de cheiro agradável ás narinas do Todo Poderoso. Qualquer outro objetivo que rime ou pareça com este, não sendo este, não está aviltado para edificação e construção da nossa vida junto com Deus.
Por isso você já pode ter ouvido falar de brigas, confusões, distorções da verdade e até escândalos que macularam sua visão a respeito do Corpo de Cristo. Estes (por quem vieram os escândalos), estavam envolvidos até o pescoço com a igreja - corpo do Cristo - mas não com a Cabeça. Estes lambuzaram-se dos trabalhos, da recepção até o coral, mas esqueceram do maior e primordial desejo de um membro em relação ao organismo: fazer o que se espera dele.
Na atual conjectura da minha vida, penso se o melhor é conseguir um sorriso interessado em meus dons ou se é muito melhor agradar a Deus, a quem não vejo. Quase sempre, fico com a segunda opção.
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Isso me preocupa muito, Daniel... A distorção com a qual as pessoas em visto o trabalho na igreja e o quanto isto está contribuindo para criar-se discensões e brigas nos ministérios, que muitas vezes já nascem de forma errada, como meio de colocar a igreja em posição de destaque, e não para louvar e engrandecer o Senhor.
Hoje pouco acredito nessa instituição que alguns insistem em chamar de igreja...pois creio na igreja como um ambiente cheio de comunhão na qual Deus se revela em nós e através de nos, a comunhão é fundamental para que isso aconteça, mas como nossas intençoes no ministerio, na maioria das vezes são escusas, não creio que a comunhão faça parte disso e em relação ao ativismo, posso dizer q depois de alguns anos de muito trabalho, resolvi parar um pouco, quero sentir Deus na brisa suave, chega de fogo, terremoto, estou precisando ouvir Deus no silencio...