Estamos vivendo uma época histórica. Como alardeia a mídia mundial, chegou ao fim a dispendiosa cassada ao 'inimigo nº 1 dos EUA' - Osama bin Laden. Nada que eu detalhar aqui sobre isso vai ser novidade, afinal a imprensa está espremendo o assunto até a última gota. O que quero chamar a atenção é para um contraste. De dois grandes homens, vencedores do Nobel da Paz, símbolos em seus países, cujas trajetórias são inspiradoras e influência imensurável. Barack Obama e Nelson Mandela são indiscutivelmente grandes líderes negros. E imagens vivas de seus países. E agora vem a comparação:



  Com o fim do Apartheid e a posse de Mandela na presidência da África do Sul, foi criado a Comissão de Reconciliação e Verdade (TRC, em inglês). O interessante desta comissão, presidida pelo Arcebispo Desmond Tutu, é que fazia justiça com a arma mais poderosa e devastadora contra o mal: o perdão. Ofereceu anistia aos líderes do apartheid que viessem a júri publicamente, e diante daqueles que afligiram, provassem arrependimento. Você provavelmente pode pensar: e que justiça há nisso? Esses homens sairam impunes! Não é verdade.

  Quem realmente saiu ganhando é o povo sul-africano, que pode reconstruir sua nação em paz, e que não vive sob o jugo do rancor e da amargura. Muito podem Criticar a Comissão de Mandela, dizendo que foi ineficiente, mas quem vê a África do Sul, que ressurgiu das cinzas nas duas últimas décadas, se tornar uma nação colorida e alegre novamente, pode entender o poder maravilhoso do perdão. E aos opressores, fiquem com a vingança divina, pois tudo que se faz se paga.

  Nosso amigo Obama (fique claro que ainda o admiro por outras razões) e o Governo americano preferiram o caminho da vingança. O povo americano se sente satisfeito após gastar mais de 1 trilhão de dólares gastos e várias vidas (inclusive americanas) serem ceifadas. E se não fosse o suficiente, dobraram as razões para se sentirem inseguros e ameaçados pelos terroristas e seu ódio (não tão infundado) da cultura ocidental. Numa guerra onde ninguém tem razão, e todo o mundo (literalmente) sofre.

Parabéns, Estados Unidos. Deus tenha misericórdia.